Irritado
com a decisão do PT de declarar voto contrário a ele no Conselho de Ética, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou nesta quarta-feira (2)
que autorizou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
A
decisão ocorreu no mesmo dia em que a bancada do PT na Câmara anunciou que vai
votar pela continuidade do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética.
Ao longo do dia, Cunha passou a consultar aliados sobre a possibilidade de
abrir o processo de impeachment da presidente da República. Na tarde desta
quarta, o peemedebista tratou do assunto, em seu gabinete, com deputados de PP,
PSC, PMDB, DEM, PR e SD.
O GOLPE:
Para
o Palácio do Planalto, a cúpula do PMDB avalizou a decisão do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, de dar prosseguimento ao processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff. Para auxiliares diretos de Dilma, temendo virar a
bola da vez, o PMDB decidiu optar pelo impedimento de Dilma como uma forma de
embaralhar o jogo político neste momento.
Além
do próprio Eduardo Cunha, no Planalto é citado o nome do vice-presidente Michel
Temer e até mesmo do presidente do Senado, Renan Calheiros, como integrantes do
comando do PMDB que estariam dando suporte à decisão do presidente da Câmara.
“Neste momento, todo mundo quer salvar sua própria pele, por isso, quanto mais
confusão, melhor”, reconheceu ao blog um ministro.
REAÇÃO DA PRESIDENTE DILMA, EM NOTA:
Ainda
hoje, eu recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos
Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente
conferido a mim pelo povo brasileiro.
São
inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam este pedido. Não existe
nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira por mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro
público, não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a
existência de bens pessoais. Nunca coagi, ou tentei coagir instituições ou pessoas
na busca de satisfazer meus interesses.
Meu
passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável
compromisso com as leis e a coisa pública.
Nos
últimos tempos e, em especial, nos últimos dias, a imprensa noticiou que
haveria interesse na barganha dos votos de membros da base governista no
Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca, haveria o arquivamento dos
pedidos de impeachment.
Tenho
convicção e absoluta tranquilidade quanto à improcedência desse pedido, bem
como, quanto ao seu justo arquivamento. Não podemos deixar as conveniências e
os interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade do nosso
país.
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