segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma vence e é eleita a primeira mulher presidente do Brasil.

A candidata do PT, Dilma Rousseff, venceu a disputa pela Presidência da República, sendo eleita a primeira mulher presidente do Brasil. A petista derrotou o adversário José Serra (PSDB) no segundo turno das eleições, neste domingo (31), de acordo com os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Conheça a trajetória da 1ª mulher eleita presidente do Brasil.

Com 93% das seções apuradas, Dilma obteve 55,49% dos votos, o que representa mais de 52,5 milhões de eleitores. Já Serra recebeu os votos de 44,41% dos eleitores, o que representa aproximadamente 41,9 milhões de votos.

Aos 62 anos, a mineira chega à Presidência após ser escolhida por Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo; isso depois de ter enfrentado a ditadura militar, comandado o principal ministério do governo Lula (a Casa Civil); vencido um câncer no sistema linfático e se tornado avó pela primeira vez, ainda no primeiro turno das eleições.

Até então desconhecida pelo eleitorado, pois nunca havia disputado uma eleição, Dilma passou a liderar a corrida pela sucessão presidencial no final do primeiro semestre deste ano, sendo beneficiada pela aprovação recorde do governo atual. Após oito anos na Presidência, Lula deixa o governo no fim do ano com índices de aprovação superiores a 80%.

Antes de sair vitoriosa das urnas, Dilma enfrentou uma das campanhas mais agressivas da história. Se, no primeiro turno, o debate de propostas já havia sido sobreposto por discussões eleitorais, no segundo, os ânimos ficaram mais acirrados.

Os boatos de que a candidata do PT era favorável ao aborto, difundidos na internet e alimentados em cerimônias religiosas, marcaram a reta final da eleição, mas foram desmentidos pela petista. A discussão, porém, gerou uma série de troca de acusações entre Serra e Dilma, que atribuiu os rumores à tentativa do tucano de alimentar a divisão religiosa no Brasil.

Além da discussão em torno de temas polêmicos, a disputa pela Presidência foi marcada pelo surgimento de escândalos. Em um dos casos, Serra foi surpreendido pela denúncia de que o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, teria fugido com R$ 4 milhões da campanha tucana. O caso foi chamado de factoide por Serra e negado pelo engenheiro.

Em outro momento da campanha, imperou a troca de acusações em torno dos dossiês contra Serra supostamente montados por integrantes da campanha petista – informação sempre negada pelo PT, que passou a ser investigada pela Polícia Federal. Um dos envolvidos no esquema, o jornalista Amaury Junior, disse que decidiu investigar os tucanos, em 2008, após saber que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também era alvo de uma investigação clandestina. Na época, Aécio disputava com Serra a indicação do partido para concorrer à Presidência.

A saída da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, após suspeitas de tráfico de influência, também inflou os ataques do tucano contra a campanha de Dilma que, por sua vez, defendeu a investigação imediata do caso.

Na última semana da campanha, uma nova denúncia atingiu o governo de São Paulo, deixado por Serra em abril. Desta vez, o jornal Folha de S.Paulo revelou que os resultados de uma licitação para a construção de lotes da linha lilás do metrô, que passa pela zona sul da capital paulista, vazaram seis meses antes do anúncio oficial. Após a denúncia, o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), ordenou a paralisação do processo de licitação. Serra, que era o governador na época em que a obra foi licitada, defendeu a investigação de um possível acordo entre as construtoras.

Apesar da disputa acirrada e agressiva, Dilma chega ao Palácio do Planalto com ampla maioria no Senado e na Câmara Federal, e ainda tendo a maioria dos Estados governados por aliados. Ela, porém, terá pelo menos um grande desafio para enfrentar nos próximos quatro anos: a realização das reformas política e fiscal

Primeira mulher eleita presidente na história do Brasil, Dilma Rousseff conquistou espaço nas páginas dos principais sites de notícias do mundo.

BBC News (Grã-Bretanha) – Intitulada “Rousseff ganha as eleições no Brasil”, a reportagem da rede britânica BBC mostra um perfil completo sobre a presidente eleita. A notícia destaca ainda o aumento na quantidade de mulheres que chegam ao poder em nações da América Latina, e questiona o que deverá ser um governo de continuidade após a saída do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Reuters (Internacional) – A agência internacional inicia sua reportagem citando que Dilma Rousseff é uma ex-líder guerrilheira. Segundo o correspondente, ela ganhou a Presidência através da promessa de manter as políticas que tiraram milhões de pessoas da pobreza e que fizeram do Brasil uma das melhores economias do mundo. A notícia da Reuters ainda destaca que a petista nunca tinha disputado uma eleição.

Wall Street Journal (Estados Unidos) – O jornal de economia norte-americano informa que a vitória de Dilma nestas eleições “foi selada pela prosperidade econômica e ampla popularidade de seu antecessor e mentor, o presidente Lula”. A reportagem ainda detalha o discurso da petista após sua vitória, dizendo que, “contendo as lágrimas, Dilma elogiou Lula e prometeu bater à sua porta quando necessário para obter conselhos”.


Clarín (Argentina) – O jornal argentino destacou que Dilma votou “confiante” neste domingo e classificou a vitória da petista como “um grande triunfo”. A reportagem ainda relata que militantes do partido receberam a notícia “com gritos e ovação”. O períodico atribuiu a vitória de Dilma ao “popular presidente Lula, que se envolveu totalmente na campanha e que colocou à disposição da candidata seu prestígio e sua unidade política”.

El Mundo (Espanha) – O diário evidenciou o discurso de Dilma e intitulou a reportagem com a frase: “Saberei honrar o legado de Lula”. O periódico explica que, dez meses antes das eleições, o candidato tucano José Serra tinha ampla vantagem sobre Dilma, mas que o cenário se inverteu graças à popularidade de Lula. Ao final da reportagem, El Mundo cita a forte abstenção de votos registrada nesta eleição.

El País (Espanha) – O jornal destaca em sua página de internet que Dilma é a herdeira política de Lula e informa que o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, enviou uma mensagem para a presidente eleita, sugerindo para que ambos países “sigam trabalhando para manter a magnífica relação”. Segundo El País, Zapatero desejou a Dilma “os melhores desejos de êxito” durante seu primeiro mandato de governo.

Diário de Notícias (Portugal) – “Sim, a mulher pode”. É assim que está intitulada a matéria no jornal português, que destacou a trajetória de Dilma, desde o tempo em que foi guerrilheira até o momento em que se tornou a primeira presidente do Brasil. A reportagem ainda informa que Marina Silva, candidata do PV que conquistou 20 milhões de votos no primeiro turno, deu os parabéns à futura presidente e desejou a ela boa sorte.

The New York Times (Estados Unidos) – O jornal norte-americano destacou que, ao escolher Dilma como presidente, o povo brasileiro votou em um governo de continuidade, tanto nas políticas econômicas como sociais criadas por Lula. De acordo com a reportagem, a petista eleita deverá assumir desafios que ainda afetam ao Brasil, assim como o combate aos problemas na educação, além de melhorias nas áreas de saúde e saneamento básico.

CNN (Estados Unidos) – A rede norte-americana destacou no título da reportagem a promessa de Dilma, classificada como braço direito do presidente Lula, de erradicar a pobreza no Brasil até o fim de seu mandato. A CNN ainda elogia o método de votação no Brasil e cita o teste da identificação biométrica feito nesta eleição pela Justiça Eleitoral.

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Cosme Júnior