Obstrução na Câmara mostraria que
PSDB fala sério sobre peemedebista.
O anúncio de rompimento da bancada
do PSDB com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve ser visto com
cautela. No mês passado, o PSDB divulgou nota pedindo o afastamento de Eduardo
Cunha, mas manteve conversas de bastidor com ele para tentar detonar o processo
de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Ontem à noite, deputados do PSDB
diziam que a decisão da bancada daria uma última chance a Cunha de dar
seguimento ao processo de impeachment. No fundo, esse movimento do PSDB
objetiva pressionar Cunha, deixando claro que, se ele não aderir ao impeachment
agora, o partido vai bombardeá-lo.
Hoje, a bancada do PSDB tem uma
oportunidade de mostrar que fala sério ao anunciar rompimento. Pode entrar em
obstrução e não aceitar votar nada na Câmara enquanto Cunha for o presidente da
Casa. Pode fazer uma articulação com o DEM e também com a Rede e o PSOL, dois
partidos que já estão na linha de frente contra Cunha. Uma frente de partidos
diria que não aceita mais a condução que o peemedebista dá à Câmara.
Sem obstrução, o anúncio de
rompimento do PSDB vale muito pouco. O PSDB também pode anunciar desde já que
seus membros no Conselho de Ética votarão contra Cunha e que a bancada seguirá
o mesmo procedimento em plenário.
Qualquer gesto que não resulte em
obstrução e no compromisso de votos pela cassação de Cunha deve ser entendido
como mais uma forma de pressão para o peemedebista aderir ao impeachment de
Dilma, passo que ele tem adiado a fim de comprar tempo para tentar manter o
comando da Câmara e o mandato de deputado federal.
AGUARDEMOS AS CENAS DO CAPÍTULO DE HOJE (...)
Fonte: Blog do Kennedy.
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