segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Águas do Rio São Francisco chegam ao RN em 2015.


A Tribuna do Norte destaca que as águas da transposição do rio São Francisco vão chegar ao Rio Grande do Norte no final de 2015. Incluído no trecho 04 do projeto de integração do rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional, o RN será um dos últimos Estados a receber os benefícios desta que é apontada como a obra mais cara e de maior importância dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto executivo do canal que levará água para a bacia do rio Piranhas-Açu está em fase de conclusão e o edital para a obra, de custo estimado em R$ 1 bilhão, será lançado até maio.

As informações foram confirmadas pelo titular do Ministério da Integração Nacional (MI), Fernando Bezerra Coelho, durante visita aos canteiros de obra do Eixo Norte do projeto. Segundo Bezerra, as obras do trecho que vão levar água para os municípios potiguares serão iniciadas ainda este ano. “Vamos dar início ao canal que levará água a partir de São José de Piranhas/PB com destino ao Rio Grande do Norte no segundo semestre desse ano. O edital será lançado entre abril e maio”, destacou.

O dia exato do lançamento do edital será anunciado no próximo mês durante uma solenidade que deverá contar com a presença da presidenta Dilma Rousseff. “Haverá uma reunião do conselho deliberativo do Sudene  (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) no RN e queremos fazer o anúncio nessa ocasião”, disse Fernando Bezerra. Durante a visita presidencial, a adutora do Alto Oeste será inaugurada.

O RN é um dos quatro estados que serão beneficiados com a transposição do rio São Francisco. Ceará, Pernambuco e Paraíba completam a lista. As obras do projeto estão divididas em dois eixos: Eixo Norte e Eixo Leste. Somados, os trechos terão mais de 500 quilômetros de extensão. Atualmente, 43% das obras estão executadas e empregam mais de quatro mil trabalhadores. A previsão do MI é a de empregar mais quatro mil pessoas nos próximos meses. Orçado inicialmente em menos de R$ 5 bilhões, o projeto sofreu um reajuste de 80% e hoje a obra não sai por menos de R$ 8,2 bilhões. Esse valor sofrerá novo reajuste no próximo mês.

O ministro ainda não sabe quem será o operador final do projeto. O MI está recebendo propostas de empresas que querem operacionalizar o sistema de distribuição da água do São Francisco e um relatório será apresentado até o início de março. Para receber a água do São Francisco, os estados precisam se preparar. A recuperação de açudes é uma necessidade primária. Segundo Fernando Bezerra, os açudes de Angicos, Pau dos Ferros, Santa Cruz e a barragem Armando Ribeiro Gonçalves serão recuperados ainda esse ano. Projetos de saneamento e esgotamento sanitário também devem existir e os estados precisam correr contra o tempo e solicitar projetos ao Governo Federal.

Entenda detalhes do projeto.

O Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional prevê a construção de dois canais: o Eixo Norte que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte e o Eixo Leste que beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba.

O Eixo Norte, a partir da captação no rio São Francisco próximo à cidade de Cabrobó – PE, percorrerá cerca de 400 km, conduzindo água aos rios Salgado e Jaguaribe, no Ceará; Apodi, no Rio Grande do Norte; e Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte. Ao cruzar o estado de Pernambuco este eixo disponibilizará água para atender as demandas de municípios inseridos em 3 sub-bacias do rio São Francisco: Brígida, Terra Nova e Pajeú. Para atender a região do Brígida, no oeste de Pernambuco, foi concebido um ramal de 110km de comprimento que derivará parte da vazão do Eixo Norte para os açudes Entre Montes e Chapéu.

Projetado para uma capacidade máxima de 99 m³/s, o Eixo Norte operará com uma vazão contínua de 16,4 m³/s, destinados ao consumo humano. Em períodos recorrentes de escassez de água nas bacias receptoras e de abundância na bacia do São Francisco (Sobradinho vertendo), as vazões transferidas poderão atingir a capacidade máxima estabelecida. Os volumes excedentes transferidos serão armazenados em reservatórios estratégicos existentes nas bacias receptoras: Atalho e Castanhão, no Ceará; Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte; Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, na Paraíba; e Chapéu e Entre Montes, em Pernambuco.

O Eixo Leste que terá sua captação no lago da barragem de Itaparica, no município de Floresta – PE, se desenvolverá por um caminhamento de 220 km até o rio Paraíba – PB, após deixar parte da vazão transferida nas bacias do Pajeú, do Moxotó e da região agreste de Pernambuco. Para o atendimento das demandas da região agreste de Pernambuco, o projeto prevê a construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do rio Ipojuca.

Previsto para uma capacidade máxima de 28 m³/s, o Eixo Leste funcionará com uma vazão contínua de 10 m³/s, disponibilizados para consumo humano. Periodicamente, em caso de sobras de água em Sobradinho e de necessidade nas regiões beneficiadas, o canal poderá funcionar com a vazão máxima, transferindo este excedente hídrico para reservatórios existentes nas bacias receptoras: Poço da Cruz, em Pernambuco, e Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba.

Os eixos de integração foram concebidos na forma de canais de terra, com seção trapezoidal, revestidos internamente por membrana plástica impermeável, com recobrimento de concreto. Nos trechos de travessia de rios e riachos serão construídos aquedutos, sendo previstos túneis para a ultrapassagem de áreas com altitude mais elevada. Para vencer o desnível do terreno entre os pontos mais altos do relevo, ao longo dos percursos dos canais, e os locais de captação no rio São Francisco, serão implantadas 9 estações de bombeamento: 3 no Eixo Norte, com elevação total de 180m, e 6 no Eixo Leste, elevando a uma altura total de 300m. 

Ao longo dos eixos principais e de seus ramais, serão construídas 30 barragens para desempenharem a função de reservatórios de compensação, permitindo o fluxo de água nos canais mesmo durante as horas do dia em que as estações de bombeamento estejam desligadas (as bombas ficarão de 3 a 4 horas por dia desligadas para reduzir os custos com energia.

Fonte: Blog do JP e Ministério da Integração Nacional.

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Cosme Júnior