Parte do dinheiro desviado do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) era entregue ao
deputado estadual Ricardo Motta (PROS) na Assembleia Legislativa, em um dos
anexos da Assembleia e na casa do parlamentar. A informação foi repassada pelo
advogado Fábio Hollanda, que defende o ex-diretor administrativo do Idema
Gutson Johnson Giovany Reinaldo no processo da operação Candeeiro.
A ação, deflagrada pelo Ministério Público em setembro de
2015, apura desvios de mais de R$ 19 milhões no órgão. Porém, segundo Clebson
José Bezerril, ex-diretor financeiro do Idema e que também é réu no processo, o
valor da fraude deve chegar a casa dos R$ 30 milhões.
Gutson Reinaldo prestou depoimento ao juiz da 6ª vara
Criminal de Natal, Guilherme Newton Pinto, na tarde desta segunda-feira (22).
Ele iniciou o depoimento dizendo que está "preocupado". "Temo
pela minha família. O que vou dizer aqui e o que ainda estou disposto a dizer
envolve gente importante, influente no Rio Grande do Norte", ressaltou.
Durante o depoimento, Gutson confessou as fraudes e disse
que parte do dinheiro desviado do Idema era repassado para Ricardo Motta.
Segundo ele, 60% da verba fraudada ficava com o deputado, 20% com ele e os
outros 20% eram rateados entre dois ou três dos réus do processo.
Gutson Reinaldo disse que foi nomeado para o Idema no
início de 2011. Segundo ele, ainda neste ano foi procurado por Ricardo Motta.
"Ele me procurou e pediu dinheiro. Disse que estava com dívidas por
causa das eleições de 2010, que precisava de mais dinheiro para as eleições de
2012 e que não tinha mais como tirar da Assembleia Legislativa. Diante disso,
eu fiz a ponte entre esse agente político e as pessoas do Idema que sabiam como
poderíamos desviar verba", falou Gutson.
Essas pessoas do Idema, ainda de acordo com Gutson, eram
Clebson José Bezerril e Euclides Paulino de Macedo Neto. "Eu os
procurei e perguntei se haveria como levantarmos esse dinheiro. Eles me
disseram que sim. Diante disso, acertamos que haveria esses desvios por ofícios
e que eu repassaria 60% para o deputado, ficaria com 20% por ser o
intermediador e que Clebson e Euclides dividiriam os 20% restantes entre eles e
qualquer empresário usado no esquema".
O advogado Fábio Hollanda voltou a afirmar que Gutson
continua interessado em firmar um acordo de delação premiada com o Ministério
Público. "O Gutson tem muitas provas tanto testemunhais como
documentais que vão mostrar à sociedade do Rio Grande do Norte muito do que
acontecia ou ainda acontece na Assembleia Legislativa e também no Poder
Executivo estadual", frisou.
Em nota, Ricardo Motta negou as acusações de Gutson. (Fonte:
G1).
Comentário: Gostei da frase: "Muito do que acontecia ou ainda acontece na Assembleia Legislativa e também no Poder Executivo Estadual".
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