segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Verba desviada era dada a deputado na Assembleia do RN, diz advogado.

Parte do dinheiro desviado do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) era entregue ao deputado estadual Ricardo Motta (PROS) na Assembleia Legislativa, em um dos anexos da Assembleia e na casa do parlamentar. A informação foi repassada pelo advogado Fábio Hollanda, que defende o ex-diretor administrativo do Idema Gutson Johnson Giovany Reinaldo no processo da operação Candeeiro.

A ação, deflagrada pelo Ministério Público em setembro de 2015, apura desvios de mais de R$ 19 milhões no órgão. Porém, segundo Clebson José Bezerril, ex-diretor financeiro do Idema e que também é réu no processo, o valor da fraude deve chegar a casa dos R$ 30 milhões.

Gutson Reinaldo prestou depoimento ao juiz da 6ª vara Criminal de Natal, Guilherme Newton Pinto, na tarde desta segunda-feira (22). Ele iniciou o depoimento dizendo que está "preocupado". "Temo pela minha família. O que vou dizer aqui e o que ainda estou disposto a dizer envolve gente importante, influente no Rio Grande do Norte", ressaltou.

Durante o depoimento, Gutson confessou as fraudes e disse que parte do dinheiro desviado do Idema era repassado para Ricardo Motta. Segundo ele, 60% da verba fraudada ficava com o deputado, 20% com ele e os outros 20% eram rateados entre dois ou três dos réus do processo.

Gutson Reinaldo disse que foi nomeado para o Idema no início de 2011. Segundo ele, ainda neste ano foi procurado por Ricardo Motta. "Ele me procurou e pediu dinheiro. Disse que estava com dívidas por causa das eleições de 2010, que precisava de mais dinheiro para as eleições de 2012 e que não tinha mais como tirar da Assembleia Legislativa. Diante disso, eu fiz a ponte entre esse agente político e as pessoas do Idema que sabiam como poderíamos desviar verba", falou Gutson.

Essas pessoas do Idema, ainda de acordo com Gutson, eram Clebson José Bezerril e Euclides Paulino de Macedo Neto. "Eu os procurei e perguntei se haveria como levantarmos esse dinheiro. Eles me disseram que sim. Diante disso, acertamos que haveria esses desvios por ofícios e que eu repassaria 60% para o deputado, ficaria com 20% por ser o intermediador e que Clebson e Euclides dividiriam os 20% restantes entre eles e qualquer empresário usado no esquema".

O advogado Fábio Hollanda voltou a afirmar que Gutson continua interessado em firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. "O Gutson tem muitas provas tanto testemunhais como documentais que vão mostrar à sociedade do Rio Grande do Norte muito do que acontecia ou ainda acontece na Assembleia Legislativa e também no Poder Executivo estadual", frisou.

Em nota, Ricardo Motta negou as acusações de Gutson. (Fonte: G1).

Comentário: Gostei da frase: "Muito do que acontecia ou ainda acontece na Assembleia Legislativa e também no Poder Executivo Estadual".

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Cosme Júnior